ORQUESTRA SINFÔNICA DE CAMPINA GRANDE:
A REPRESENTAÇÃO DA DINÂMICA CULTURAL DO NORDESTE

NIETZSCHE E A MÚSICA

Considerações do filósofo sobre a música como 
proposta de afirmação da vida

Por 
Célia Evangelista de Paula

1. APRESENTAÇÃO
Esta pesquisa tem por objetivo explorar algumas das principais considerações feitas pelo filosofoFriedrich Wilhelm Nietzsche sobre a música e sua importância para a afirmação da vida, principalmente a partir das obras O nascimento da tragédia (1872), O Caso Wagner e Nietzsche contra Wagner (1888), além de outras vinculadas ao conjunto de textos do filósofo.
Conforme afirma Nietzsche “A música nos oferece momentos de verdadeiro sentimento” pois “Só a música colocada ao lado do mundo pode nos dar uma idéia do que deve ser entendido por justificação do mundo como fenômeno estético” , percebe que “A vida sem a música é simplesmente um erro, uma tarefa cansativa, um exílio”.  Nestas citações, percebe-se o quanto o filósofo atribui à música a importância para o pensamento e para a vida, ocupando um lugar central na estética de Nietzsche no que se relaciona à afirmação da existência humana.
Cabe ressaltar que a pesquisa leva em consideração integralmente a mesma significação da expressão “música” adotada por Nietzsche. Nesse sentido, esclarece Viviane Mosé: “(…) ao se dirigir à música, Nietzsche não estava, necessariamente falando da arte musical em si, mas de uma melodia original dos afetos ou uma melodia primordial. (…), refere-se a uma língua originária, puramente sonora, impossível de ser simbolizada, fundo de todas as coisas, o querer universal. Esta música impossível de se manifestar, por se caracterizar pela ausência de forma, é o dionisíaco”. 
Reforça Mosé que “Desta música originária derivaria a música propriamente dita, a poesia lírica e épica, a linguagem prosaica e a cientifica, em ordem decrescente. Nem mesmo a arte musical seria capaz de manifestar esta linguagem tão primordial, esta música dionisíaca, embora seja a que mais se aproxima dela”. 
Já Curt Paul Janz, especialista na música de Nietzsche, em entrevista a Paulo César de Souza, explica que “O pensamento de Nietzsche foi musical na medida em que foi fortemente emocional, nascido da vivência do momento – não obstante toda a agudeza do intelecto. Sua musicalidade influi também na configuração, na formade seus escritos, o que por outro lado determina sua relação com a música (…)”. 
Ao levantar e confrontar as diversas percepções, considerações e idéias nietzschianas a respeito da música, torna-se quase impossível deixar de fora alguns aspectos pessoais do universo do filósofo. Suasensibilidade, estilo singular, índole romântica, liberdade intelectual, intuição musical e poética são, com efeito, estimulantes nessa sua paixão pela música.
O trabalho está dividido em dois capítulos – A Música em O nascimento da tragédia: o encantamento por Wagner e A música em O Caso Wagner: desencantamento e doença – e se propõe a mapear parte dessa relação entre Friedrich Wilhelm Nietzsche e a música, buscando evidenciar qual a importância que esse filósofo dava à mesma, bem como entender o significado dessa relação para a afirmação da vida.
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CORO EM CANTO

O Coro em Canto foi criado na década de oitenta pelo professor Fernando Rangel, do antigo Departamento de Artes da UFPB, Campus II, tendo sido regido posteriormente pela professora Marisa Nóbrega. Após curto período desativado, o grupo retomou suas atividades em julho de 1995, a partir da iniciativa do professor Lemuel Guerra, com a meta de integrar vocalistas da comunidade interna e externa à UFCG. Neste período, Vladimir Silva também assumiu a regência do Coro em Canto em 1997 e 2008, durante o afastamento do professor Lemuel Guerra. A proposta do grupo tem se embasado no aprofundamento da pesquisa de repertório, na ampliação do universo cultural de seus integrantes e na consolidação do aprendizado da técnica vocal como meio de expressão pessoal. Estando atualmente vinculado à Unidade Acadêmica de Arte e Mídia do Centro de Humanidades da Universidade Federal de Campina Grande, o Coro em Canto tem atuado como coro-escola, mediante a incorporação anual de novos cantores – estudantes, funcionários e professores universitários, assim como profissionais liberais e indivíduos da comunidade em geral.
As atividades do Coro em Canto fundamentam-se nas premissas básicas de que todos, em principio, podem cantar e de que todos os ensaios devem ser mais do que sessões de aprendizado de canto. A primeira premissa promove a inclusão de desafinados ao universo do coro, com o propósito de trabalhar os problemas de afinação e ritmo a partir da realização de exercícios apropriados. A segunda premissa incorpora a idéia de que os ensaios, transcendendo as séries de vocalizes e o trabalho das peças que compõem o repertório do coro, devem ser também “bons momentos de encontro”, no sentido nietzcheano. Isto implica, portanto, que os ensaios, ocorridos em três sessões semanais de duas horas, servem tanto para o treinamento da sensibilidade e expressão artística dos cantores quanto como oportunidades para a discussão do mundo atual e das inúmeras preocupações do homem moderno. Além disto, os ensaios catalisam o cultivo de amizades e o trabalho conjunto dos 50 vocalistas que compõem atualmente o coro.

CORO EM CANTO
Sopranos
Daniela Nóbrega
Dayane dos Santos
Jaqueline Núbia de Queiroz
Josefa Lima
Lenira Guerra
Melina Ferreira
Mérlia Faustino
Morgana de Lima
Rayana Araujo
Renata Nascimento
Sheysa de Freitas
Sônia Santos
Susane Gomes
Vera Lucia Vieira

Contraltos
Aline Luz
Bruno Vasconcelos
Gabriele Pereira Alves
Harynne Liebig
Jussara Melo
Luiza Marinho
Luiza Bortoluzi
Maria Aparecida de Sousa
Marta Cordeiro
Nizely Santos
Soraya Longo
Tahis Moreira

Tenores
Alexsandro Lima
Daniel dos Santos
Daniel da Silva
Diego Silva
Donately da Costa
Eudes Rocha
Janduí de Andrade
Jataí de Albuquerque
João Jackson Sena da Silva
Michael Silva
Pablo Andrade

Baixos
Alexandre Pontes
Antonio Tavares Aleixo
Caio Vinicius
Carlos Santos
Clive Kifumbi
Dalton Valadares
Danielson Delgado
Elvis Guimarães
Eustáquio Rangel
Halley Chaves
Joaquim Andrade
Rommel Souza
Rubem Medeiros
Walker Albuquerque

Lemuel Guerra, regente do Coro em Canto, é natural de Arcoverde (PE). Professor Doutor do Departamento de Sociologia e Antropologia do Centro de Humanidades da Universidade Federal de Campina Grande. Estudou regência no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, com os professores Dr. Donaldo Guedes, Dr. Fred Span e do professor Nilson Galvão. Participou como solista do Madrigal Reflexus, da Universidade Federal de Pernambuco, sob a regência do professor Henrique Lins e do King’s Voices, do King College, em Cambridge (UK), sob regência de Dr. John Butt e Dr. Stephen Cleobury. Foi aluno de canto dos Profs. Drs. Mary Lois Sommers e Paulo Charlton, do Prof. Henrique Lins e da Profª Dra. Martha Herr. Tenor solista no Requiem KV626, de W. A. Mozart, sob a regência da maestrina Elena Herrera, em setembro de 2002 (João Pessoa/ Campina Grande-PB). Tenor solista na 9ª Sinfonia, de Ludwig Von Beethoven, sob a regência da maestrina Elena Herrera, em dezembro de 2002 (João Pessoa/ Campina Grande-PB). Tenor solista na Krönungs-Messe, de Wolfgang Amadeus Mozart, sob a regência da maestrina Elena Herrera, em dezembro de 2003 (João Pessoa), sob a regência de Luiz Carlos Durier, em agosto de 2004 e sob a regência do maestro Vladimir Silva, em dezembro de 2006. Tenor solista no obra Serenade to Music, de Vaughan Williams, em junho de 2010, no I Festival Internacional de Música de Campina Grande, sob a regência do maestro Gary Packwood.

Coro em Canto - El Fuego


A MISSA DE ALCAÇUS

A Missa de Alcaçus foi composta em 1996 para a celebração dos 30 anos de atividades do Madrigal da Escola de Música da UFRN, o coro mais antigo em atividades no estado do Rio Grande do Norte. 
A Missa foi idealizada como um conjunto de movimentos em estilos diferentes, de maneira a sintetizar, de forma prática, a maioria das influências que tive em meu trabalho recente como compositor. Estas influências remontam desde o cantochão medieval, passando pelas organa de Notre Dame, Palestrina, Bach e Mozart (encontrados no tratamento dado às vozes, orquestração, contraponto e harmonia), aos elementos oriundos da tradição cultural popular, notadamente dos cantadores, romanceiras, vaqueiros, rabequeiros e repentistas (presentes em padrões rítmicos, escalas e modos). Esses elementos foram manipulados em uma linguagem erudita que inclui, além do aparato vocal de duas a oito vozes, uma orquestração baseada em um conjunto de cordas com percussão e um grupo de solistas que combina um soprano, um barítono e um violão.
A Missa apresenta o ordinário da missa católica (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei), cantados em latim. Com exceção do Kyrie e do Agnus Dei (primeiro e último movimentos), todas as partes foram divididas em vários movimentos, cada um deles apresentando um tratamento particular em termos de estilo e estrutura. Este procedimento me permitiu estabelecer duas diretrizes no processo composicional: Primeiro, a criação das diversas partes pode ser feita fora da seqüência textual, de acordo com minha conveniência de tempo e inspiração (o que foi especialmente importante, uma vez que dispunha de pouco mais de quatro meses para completar a obra, em uma época em que viajava freqüentemente), e segundo, já que estava trabalhando em uma composição essencialmente heterogênea, eu pude experimentar algumas sobreposições texturais, combinando simultaneamente elementos de natureza diferente, como um contraponto modal para as vozes e um acompanhamento orquestral baseado numa rítmica popular (como ocorre no Cum Sancto Spiritu, por exemplo). Esse tipo de procedimento tornou-se bem característico em outras obras recentes minhas, como na Sinfonia (2002).  
Um dos mais importantes elementos de coerência em termos de estrutura formal é o uso de um conjunto de peças oriundas da tradição ibérica, trazidas para o nordeste do Brasil pelo colonizador português e transmitidas oralmente de mãe para filha por várias gerações, os Romances, melodias cantadas por voz solo (geralmente feminina), que falam de tempos antigos e terras distantes, castelos, cavaleiros, traições, quase sempre concluindo tragicamente com a morte de alguém. Compostos de uma linha melódica simples com uma harmonia subjacente igualmente simples, os elementos dessas canções aparecem como referências em algumas partes da estrutura contrapontística da Missa como uma espécie de assinatura em filigrana, que usei, além de outros elementos originais, de maneira a obter um nível de coerência pessoalmente mais satisfatório dentro de uma composição heterogênea como essa (muito embora esse procedimento particular seja praticamente imperceptível para o ouvinte). 
O título da missa, Alcaçus, veio da pequena localidade litorânea, próxima a Natal, onde os romances foram coletados. Este trabalho foi feito pelo antropólogo Deífilo Gurgel, que publicou um pequeno volume chamado “Romanceiro de Alcaçus”, que traz a notação musical dos romances. Eu tomei a liberdade de utilizar esta música para render uma homenagem tanto ao professor Gurgel quanto àquelas senhoras que cantaram os romances para ele.  
Danilo Guanais
30 de junho de 2003
Natal, RN, Brasil

22 DE NOVEMBRO: DIA DO MÚSICO


"A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende." 
"Sem musica a vida seria um erro..."
(Nietzsche)

No início, a música era apenas rítmo marcado por primitivos com instrumentos de percussão, pois como os povos da antiguidade ignoravam os princípios da harmonia, só com o tempo foram acrescentando a ela fragmentos melódicos. Na pré-história o homem descobriu os sons do ambiente que o cercava e aprendeu suas diferentes sonoridades: o rumor das ondas quebrando na praia, o ruído da tempestade se aproximando, a melodia do canto animais, e também se encantou com o seu próprio canto, percebendo assim o instrumento musical que é a voz. Mas a música pré-histórica não é considerada como arte, e sim uma expansão impulsiva e instintiva do movimento sonoro, apenas um veículo expressivo de comunicação, sempre ligada às palavras, aos ritos e à dança. Os primeiros dados documentados sobre composições musicais referem-se a dois hinos gregos dedicados ao deus Apolo, gravados trezentos anos antes de Cristo nas paredes da Casa do Tesouro de Delfos, além de alguns trechos musicais também gregos, gravados em mármore, e mais outros tantos egípcios, anotados em papiros. Nessa época, a música dos gregos baseava-se em leis da acústica e já possuía um sistema de notações e regras de estética.
Por outro lado, a história de Santa Cecília, narrada no Breviarium Romanum, a apresenta como uma jovem de família nobre que viveu em Roma noséculo III, nos princípios do cristianismo, decidida a viver como monja desde a infância. Mas apesar dos pais a terem dado em casamento a um homem chamado Valeriano, a jovem convenceu o noivo a respeitar-lhe os votos e acabou convertendo-o à sua fé, passando os dois a participar diariamente da missa celebrada nas catacumbas da via Ápia. Em seguida, Valeriano fez o mesmo com o irmão Tibúrcio, e com Máximo, seu colega íntimo, e por isso os três foram martirizados pouco tempo depois, enquanto Cecília, prevendo o que lhe aconteceria, distribuiu aos pobres tudo o que possuía. Presa e condenada a morrer queimada, ela foi exposta ao fogo durante um dia e uma noite, mas como depois disso ainda se encontrava sem ferimentos, um carrasco recebeu ordem para decapitá-la. Mas, seu primeiro golpe também falhou. Isso aconteceu durante o ano 230, no reinado de Alexandre Severo, época em que Urbano I ocupava o papado. Anos depois uma igreja foi erigida pelo papa no local em que a jovem mártir residira, tornando-se a Igreja de Santa Cecília uma das mais notáveis de Roma.
Muito embora o Breviarium Romanum não faça menção alguma às prendas musicais de Cecília, ela se tornou, por tradição, a padroeira dos músicos, da música e do canto, cuja data de comemoração é 22 de novembro, o mesmo dia dedicado à santa. A tradição conta que Santa Cecília cantava com tal doçura, que um anjo desceu do céu para ouvi-la.
Lógico que o significado que a música assume em nossas vidas esta longe de ser superficial. E o músico tem um importante papel de significar a música e fazê-la tocar no íntimo de nossas almas.
A todos os músicos desejamos sempre muita inspiração e força para continuar sempre encantando o mundo.
Feliz Dia do Músico!!!



Mogeiro recebe pela primeira vez a Orquestra Sivuca


A Orquestra Sinfônica de Campina Grande, Orquestra Sivuca, se apresenta na cidade de Mogeiro neste domingo (14) às 16h na Praça da Gameleira.

Pela primeira vez na cidade, a Orquestra Sivuca leva os encantos da música clássica misturados ao som inconfundível da sanfona, prometendo encantar a todos com esta sua particularidade: a união do clássico com o popular. Grandes nomes da música nordestina e do cenário nacional estarão no repertório deste domingo.

A Orquestra vem cumprindo sua missão de trazer a música clássica para mais perto do grande público realizando concertos didáticos, gratuitos e, muitas vezes, incluindo a música nordestina em seu repertório. Um projeto independente que enriquece a cultura do estado.

No final desta temporada 2010, a Orquestra Sivuca voltará à Campina Grande para realizar os concertos pelas principais igrejas católicas da cidade, em apresentações com o coral Coro em Canto. As datas e os locais serão divulgados em breve.

Vale a pena lembrar que a Sivuca – Orquestra Sinfônica de Campina Grande é um projeto patrocinado pelo BNB de Cultura em parceria com o Governo Federal e o BNDES. Conta também com o apoio da ASPLAN, Artexpress e SESC Paraíba.

Orquestra Sivuca em várias faces

Você conhece o trabalho da Sivuca - Orquestra Sinfônica de Campina Grande?

A Orquestra Sivuca tem formações diversificadas, adaptáveis para diversas situações:

Orquestra moderna:
Conta com cordas, madeiras, sopro e percursão. Ao todo, 32 componentes.

Orquestra Clássica:
Corda, madeira e percursão, com 20 músicos.

Orquestra clássica reduzida:
Apenas cordas com 11 componentes.

Para estas formações, a Orquestra poderá apresentar um repertório direcionado, podendo abranger compositores nacionais, internacionais, além de clássicos consagrados da música orquestral.

Além de tudo isso, ainda temos nosso diferencial: a SANFONA. Ela é utilizada em grande parte de nossos concertos, onde utilizamos um repertório especial com compositores nordestinos e nacionais. Eis o motivo da utilização do nome de Sivuca. O saudoso mestre sempre defendeu a idéia de que a sanfona é um instrumento que deve fazer parte de uma orquestra.

Portanto, quenado você for a um concerto da Sivuca - Orquestra Sinfônica de Campina Grande irá sempre se surpreender.